Os políticos da UE rejeitaram um banimento do gás de xisto e pediram por um regime regulatório rígido para lidar com preocupações ambientais e outras em uma série de votações na quarta-feira no Parlamento Europeu.
Uma revolução do gás de xisto varreu os Estados Unidos, reduzindo os preços do gás e ajudando a diminuir a poluição do carvão.
A Europa está observando isso com interesse, se não com inveja, já que os Estados Unidos estão caminhando para uma independência energética e estão conseguindo um impulso econômico com o combustível barato.
Mas a perspectiva de desenvolvimento extensivo do gás de xisto na Europa é complicada por causa de regras de propriedade de terra, alta densidade demográfica e preocupações ambientais acerca do processo de fracking, usado para extrair gás natural do xisto.
O fracking, ou fraturamento hidráulico, envolve o bombeamento de água que contém químicos nas formações rochosas de xisto a uma alta pressão, e críticos dizem que o processo arrisca contaminar aquíferos, assim como pode causar tremores de terra.
Embora as votações de quarta-feira tenham rejeitado um pedido de banimento das atividades de fracking, afirmando que os estados membros da União Europeia têm o direito de explorar suas reservas, elas também seguiram uma linha cautelosa.
As votações, em dois relatórios separados, eliminaram sentenças que estimulavam o desenvolvimento rápido do gás de xisto.
As sentenças eliminadas incluíam uma em que o gás de xisto poderia “ter um papel essencial” na transição para a geração de energia de baixo carbono e outra de apoio “a um nível elevado na produção sustentável de gás de xisto”.
A Comissão Europeia deve no próximo ano criar um quadro sobre gerenciamento dos riscos e supressão de deficiências na regulamentação da UE.
“Estudos realizados indicam que há uma série de incertezas ou falhas na atual legislação da UE”, disse o comissário ambiental Janez Potocnik em uma declaração.
“Enfrentar riscos de saúde e ambientais será de suma importância para que a indústria ganhe ampla aceitação do público.”
As votações parlamentares de quarta-feira não foram obrigatórias, mas são um sinal político aos legisladores da Comissão.
Os partidários do gás de xisto parabenizaram os parlamentares, enquanto os ambientalistas e políticos do Partido Verde elogiaram o clima de cautela, mas teriam preferido um banimento.
“Isso implica que os estados membros deveriam pensar duas vezes antes de permitir que qualquer projeto dessa tecnologia controversa vá em frente”, declarou Carl Schlyter, do Partido Verde sueco e membro do Parlamento Europeu.
A Shale Gas Europe, um novo órgão apoiado por firmas de petróleo e gás, incluindo a Chevron, a Statoil e a Royal Dutch Shell, comentou que o parlamento pediu pela exploração do gás de xisto, garantindo que isso seria feito sustentavelmente.
“A Shale Gas Europe apoia totalmente essas metas e continuará o envolvimento com cidadãos e tomadores de decisão, ouvindo e atendendo às preocupações relacionadas ao gás de xisto”, observou a porta-voz Monica Cristina.
Traduzido por Jéssica Lipinski
Autor: Barbara Lewis
Fonte: Reuters
Original: http://goo.gl/RXeb8