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A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos diz que a Comissão Europeia considera segura a água da torneira em Portugal.


A água abastecida aos portugueses cumpre em 98% as exigências de qualidade (PEDRO CUNHA)

Portugal deixou de ter processos de contencioso na Comissão Europeia devido à qualidade da água da torneira, depois de ter sido arquivado o último caso, de 1999 e 2000, disse o presidente da entidade reguladora do sector.

“A Comissão Europeia arquivou muito recentemente o processo de pré-contencioso que tinha levantado a Portugal relativamente à qualidade da água para consumo humano, um processo que se arrastava há mais de uma dúzia de anos e se baseava em factos ocorridos em 1999 e 2000”, disse à agência Lusa o responsável da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

Para Jaime Melo Baptista, o arquivamento “quer dizer que a Comissão Europeia considerou que as medidas entretanto implementadas ao longo desta década foram adequadas e resolveram definitivamente os problemas”, eliminando a possibilidade de o país ser condenado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia.

Em 1999, a Comissão Europeia constatava que Portugal não estava a tomar as medidas necessárias para corrigir incumprimentos de alguns valores, nomeadamente ao nível microbiológico, da presença de ferro e de manganês.

“É o claro reconhecimento de que a água da torneira em Portugal é segura e atingiu padrões de qualidade ao nível do que há de melhor na Europa graças a um grande esforço, nomeadamente das entidades prestadoras destes serviços”, salientou.

É considerada “água segura” aquela que é monitorizada de acordo com os padrões europeus e obtém resultados que cumprem os limites impostos e, em Portugal, em 1993 era apenas de 50% do total, tendo passado para 77% em 2000.

Actualmente, a água que é abastecida aos portugueses cumpre em 98% as exigências de qualidade, “um enorme avanço que nos dá a garantia de que a água da torneira é efectivamente segura”, realçou Melo Baptista.

“Continuamos a desenvolver acções, juntamente com os operadores, no sentido de atingir ainda alguns objectivos adicionais para os próximos anos, um dos quais passar de 98% para 99%, considerado um valor excelente em qualquer país do mundo”, disse ainda o presidente da ERSAR.

O objectivo de atingir 99% de água segura consta do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais que entra agora no seu último ano, já que vigora até 2013.

A ERSAR também pretende dar condições para que os operadores utilizem cada vez mais os chamados “planos de segurança de água”, uma nova abordagem preconizada pela Organização Mundial de Saúde, segundo a qual o controlo da água é feito mais numa lógica preventiva, de avaliação dos riscos e evitando situações de degradação, do que correctiva.

Notícia corrigida para rectificar o nome de uma das substâncias encontradas pela Comissão Europeia em 1999: trata-se de manganês e não de manganésio, como estava escrito.

Autor: LUSA
Fonte: Ecosfera – Público
Original: http://goo.gl/jPjNX


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Um em cada nove portugueses já vive na costa e o número de pessoas e de edifícios continua a subir apesar dos riscos das alterações climáticas e da erosão costeira.


Na praia da Vagueira, a construção continua a crescer: a erosão já obrigou à reposição de areia e à construção de uma espécie de paredão PAULO PIMENTA

Portugal tem cada vez mais pessoas e edifícios junto ao mar, apesar dos problemas actuais de erosão costeira e dos riscos futuros das alterações climáticas. O número de habitantes nas freguesias do país que confinam com a costa aumentou cerca 68% entre 1970 e 2011, de 738 mil para 1,2 milhões de habitantes. Na prática, um em cada nove portugueses vive na costa.

A presença de edifícios saltou de 254 mil unidades em 1970 para 855 mil em 2011. Mais da metade – 490 mil – está desocupada.

Os números são avançados por um estudo de investigadores do Instituto de Ciências Sociais e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que avalia a realidade e as consequências da ocupação crescente da faixa litoral.

Não é novidade que a população concentra-se cada vez mais na faixa litoral. O trabalho, no entanto, dá elementos mais precisos sobre o microcosmo das freguesias costeiras, que é onde está a população que sente na pele os efeitos da erosão. É o fenómeno da “costerização”, conforme classifica a socióloga Luísa Schmidt, coordenadora do estudo Change-Mudanças Climáticas, Costeiras e Sociais, cujos resultados serão apresentados segunda-feira numa conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. “As pessoas abeiraram-se mais da costa”, afirma Schmidt.

Esta tendência vem do passado, acentuou-se a partir da década de 1970 e não dá sinais de abrandar. Entre os dois últimos censos – 2001 e 2011 – a população junto à costa aumentou 10%.

Para exemplificar o que é que este movimento significa, em termos de riscos, o estudo abordou três situações particulares: Vagueira, na região de Aveiro; Costa da Caparica, na Área Metropolitana de Lisboa; e Quarteira, no Algarve. Todas enfrentam fortes problemas de erosão. Na Vagueira, o mar avançou 26 metros entre 2002 e 2010. Ainda assim, a população cresceu 20% desde 1991 e o número de edifícios subiu 28%.

Costa da Caparica a ceder espaço ao mar

Na Costa da Caparica, a linha de costa também está a ceder espaço ao mar. Nalguns pontos, como a Cova do Vapor, o ritmo médio é de 26 metros por ano. Mas explodiu o número de habitantes (94%), de edifícios (44%) e de alojamentos sazonais (60%) nas últimas duas décadas. E em Quarteira, a população duplicou, os alojamentos aumentaram 74%, mas todos os anos perdem-se seis metros de terra para o mar, em média.

Inquéritos conduzidos pelo estudo nestas três localidades mostram que a erosão costeira preocupa os moradores. Na Vagueira, mais de 80% dos inquiridos diz que a erosão é um problema grave e que vai piorar no futuro.

Mas poucos habitantes parecem dispostos a procurar outro sítio para viver. Nos três locais, a grande maioria dos inquiridos quer que seja feito de tudo – esporões, quebra-mares, paredões e enchimento artificial de praias – para manter a costa como está e proteger os seus imóveis. Uma proporção minoritária – que não chega a 30%, na Costa da Caparica – concorda que os edifícios é que têm de ser mudados para outro lado. “As pessoas acham que deve se manter tudo como está”, conclui Luísa Schmidt.

O que está lá é para ficar, mas não há espaço para mais ninguém. A maioria dos habitantes das três localidades – de 73% a 89% – diz “não” à construção de novos edifícios junto à costa.

Alterações climáticas

Um relatório publicado na quinta-feira, dia 22, pela Agência Europeia do Ambiente alerta para possíveis efeitos das alterações climáticas nas zonas costeiras. O relatório cita o aumento previsto no nível médio do oceano e a maior frequência de episódios de sobrelevação do nível do mar devido ao mau tempo como principais factores que agravarão o problema da erosão.

Este cenário poderá aumentar a factura que o país paga para proteger as populações mais próximas do mar. Nos últimos 20 anos, segundo o projecto Change, foram investidos cerca de 200 milhões de euros na defesa do litoral contra o avanço do mar.

Os resultados do inquérito revelam uma disparidade de resultados quanto à confiança das populações no que tem sido feito para resolver os problemas do litoral. Na Costa da Caparica, três quartos dos inquiridos não confia na actual gestão costeira. Mas na Vagueira e na Quarteira, a proporção é menor (42% e 31%).

Já a confiança nas instituições aparece definitivamente em baixa. O Ministério do Ambiente, por exemplo, é visto por quase metade dos inquiridos como uma entidade com “muito poder” nas questões do litoral, mas apenas 20% atribuem-lhe “muita confiança”.

Autor: Ricardo Garcia
Fonte: Publico
Original: http://goo.gl/ME1qi


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Lobo ibérico é uma das espécies que existem no concelho. (Foto: Foto: Pedro Cunha)

A câmara e a universidade de Vila Real lançaram uma plataforma na Internet que concentra dois anos de investigação sobre a biodiversidade do concelho e possibilita uma viagem virtual pela fauna e pela flora locais.

A Plataforma da Biodiversidade foi desenvolvida pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) no âmbito do Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real, que contou com 1,7 milhões de euros para a protecção das espécies da flora e da fauna do concelho.

O vereador do Ambiente, Miguel Esteves, explicou que a nova ferramenta, que classificou como “pioneira no país”, permite “explorar, através da Internet, o concelho”.

Em causa estão dois anos de investigação e de monitorização no terreno realizadas pela UTAD. Nesta plataforma será possível saber, através da georreferenciação, onde se encontram determinadas espécies no território.

No concelho destacam-se animais como o lobo ibérico, a gralha-de-bico-vermelho ou a borboleta azul.

A pesquisa pode ser feita por espécie ou por zonas e estão ainda disponíveis informações sobre a biologia, o habitat ou o estado de conservação de cada espécie animal ou vegetal. O projecto permite ainda identificar um conjunto de percursos pedestres e de pastoreio e os rios do concelho.

Mais tarde, a plataforma estará ainda disponível em inglês.

O encerramento do Programa de Preservação da Biodiversidade de Vila Real ocorrerá com realização de um fórum internacional agendado para 21 e 22 de Março de 2012.

Antes, o município transmontano vai ainda requalificar o Parque Corgo e recuperar as margens do rio. A intervenção está orçada em cerca de 800 mil euros.

O projecto prevê a recuperação de pequenas represas que conduziam a água pelas levadas para regar os terrenos agrícolas e de alguns antigos moinhos.

Vai ainda ser construído um novo caminho na margem esquerda do rio que vai servir as hortas comunitárias que a autarquia vai disponibilizar para as famílias carenciadas.

Autor: Lusa
Fonte: Ecosfera
Original: http://goo.gl/dmTJG


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Portugal é responsável por 1/3 da produção mundial de cortiça. (Foto: Foto: Paulo Ricca)

Um centro de investigação do Alentejo vai descodificar o código genético do sobreiro, a espécie florestal com maior interesse socioeconómico em Portugal, através de um projecto que arranca em 2013 e custará 1,1 milhões de euros.

O GenoSuber – Sequenciação do genoma do sobreiro já foi aprovado para financiamento comunitário pelo programa operacional INAlentejo e deverá arrancar em Janeiro de 2013, disse na terça-feira à Lusa Sónia Gonçalves, do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral (CEBAL), o promotor do projecto.

A investigação vai durar dois anos e meio e tem como objectivo descodificar e conhecer o património genético do sobreiro, “a espécie florestal com maior interesse económico e social em Portugal”, explicou Sónia Gonçalves. O montado de sobro, a base da indústria corticeira, “assume uma importância ecológica e socioeconómica” em Portugal que “justifica a realização do projecto no país”, frisou a investigadora, referindo que, através do GenoSuber, “Portugal está na vanguarda da investigação em sobreiro”.

Devido à importância desta árvore em Portugal, que é responsável por cerca de 1/3 da produção mundial de cortiça, “faz todo o sentido ser o país a liderar a descodificação do genoma” (código genético) e a “deter o conhecimento máximo a nível genómico”, frisou.

Segundo Sónia Gonçalves, a descodificação do genoma do sobreiro, que será feita com “tecnologia de última geração”, vai permitir “um avanço no conhecimento e melhoramento genético da espécie, em questões relacionadas, por exemplo, com o desenvolvimento da árvore, a formação da cortiça e as respostas a ´stress`, com especial enfoque na resistência a doenças”.

Através da descodificação do genoma, será possível “identificar a sequência dos genes presentes numa espécie”, o que já foi feito no genoma humano e de outras espécies vegetais, mas no sobreiro “será a primeira vez”, disse.

Segundo Sónia Gonçalves, “a identificação dos genes poderá ajudar depois a realizar estudos mais direccionados e será uma mais-valia para o conhecimento” do sobreiro.

Conhecer genoma pode impulsionar sector da cortiça

O GenoSuber vai “trazer uma nova dimensão” à fileira florestal portuguesa ao abrir a possibilidade de delinear estratégias de melhoramento da espécie, “com importantes repercussões a médio e longo prazo no sector” da cortiça.

O projecto, orçado em 1,132 milhões de euros, será financiado em 80% por fundos comunitários, através do INAlentejo, sendo a verba restante assegurada por entidades privadas.

Além do CEBAL, o projecto envolve o Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, a Biocant – Associação de Transferência de Tecnologia, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e o Instituto Gulbenkian de Ciência.

O projecto, que envolve 28 investigadores, terá como consultores o professor belga Yves Van de Peer, da Ghent University (Bélgica), e o professor norte-americano Gerald Tuskan, do Oak Ridge National Laboratory (Estados Unidos da América).

Autor: Lusa
Fonte: Ecosfera
Original: http://goo.gl/XQeNu


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A avenida da Liberdade é um dos eixos mais poluídos da Europa. (Foto: PÚBLICO/arquivo)

Estudo da Universidade Nova concluiu que os níveis de poluição baixaram após as alterações no Marquês, mas é cedo para certezas.

Um estudo realizado por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, revelado ontem, concluiu que os níveis de poluição da Avenida da Liberdade diminuíram depois das alterações na circulação rodoviária no Marquês de Pombal.

O estudo mostra uma redução dos níveis médios diários das partículas inaláveis e de dióxido de azoto, não se registando quaisquer ultrapassagem do valor-limite diário, após 16 de Setembro, quando na primeira quinzena do mesmo mês o valor limite foi ultrapassado oito vezes. Os dados apresentados defendem que os níveis de partículas inaláveis baixaram 32% e os de dióxido de azoto apresentaram uma redução de 19%.

O estudo analisou também o perfil horário das concentrações médias (que retirou os fins-de-semana e os dias de precipitação registados entre 24 e 28 de Setembro, uma vez que a precipitação actua como “”lavagem” da atmosfera que reduz naturalmente os níveis de poluição”, registando mudanças não só nos valores, mas também no perfil de concentrações. Assim, antes da intervenção na rotunda do Marquês de Pombal, os maiores níveis de concentração de partículas ocorriam entre as 20h e as 23h, com valores a rondar os 65 µg/m³ (microgramas por metro cúbico) durante este intervalo.

Depois das alterações registou-se uma diminuição média de 20 µg/m³, nunca tendo ultrapassado os registos anteriores. O pico de concentração passou a ser entre as 8h e as 13h, e não entre as horas de ponta da manhã e da tarde.

No que respeita aos níveis de dióxido de azoto, o período de pico actual ultrapassa os valores anteriores. No período precedente às obras no Marquês de Pombal, o pico ocorria por volta das 17h, com valores que ultrapassavam os 100 µg/m³. Depois da nova rotunda, o valor mais alto alterou-se para o período compreendido entre as 6h as 8h, ultrapassando os valores anteriores em igual período, mas nunca a linha dos 100 µg/m³.

O estudo observou também outras zonas para além da Avenida da Liberdade, para determinar se esta diminuição na poluição atmosférica será local (e por isso relacionada com as alterações na circulação da rotunda e área circundante) ou se a diminuição seria generalizada. Assim, analisaram-se as estações de monitorização da qualidade do ar dos Olivais e de Entrecampos. Ambas apresentaram uma redução das partículas inaláveis e dos níveis de dióxido de azoto. “Se olharmos para os dados em bruto houve uma redução nos Olivais, Entrecampos e na zona da Avenida. No entanto, se filtrarmos esses valores [correspondentes aos níveis de dióxido de azoto] e os analisarmos retirando-lhes os dias em que ocorreu precipitação e os fins-de-semana, a redução limita-se à Avenida, o que pode significar que há uma relação com as obras que abrangeram não só o Marquês e o novo regime de circulação na Avenida da Liberdade”, esclarece Pedro Gomes, do Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente, e um dos autores no estudo, em relação aos níveis de dióxido de azoto.

Pedro Gomes alerta ainda que esta análise tem um carácter muito preliminar e que carece “dos dados de tráfego rodoviário registados nesta zona e da validação dos dados de qualidade do ar parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, gestora da rede de monitorização de qualidade do ar”, acrescentando que deverá ser feito um novo estudo, “talvez em Dezembro, altura em que haverá um balanço da câmara desta experiência”. O estudo já foi enviado para a câmara.

Autor: Liliana Pascoal Borges
Fonte: Ecosfera
Original: http://goo.gl/y8EBQ


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Estas medidas visam garantir a normal continuidade do abastecimento de água. Foto: Pedro Cunha

A Câmara de Alijó está a implementar um plano de contingência devido à seca, cortando nos gastos de água nas regas de jardins e fontes e apelando à população para uma racionalização dos consumos.

As chuvas que caíram no Douro neste início de Outono não chegaram para repor os níveis normais de água na albufeira de Vila Chã, localizada no concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

Precisamente por causa da falta de precipitação que se registou nos últimos meses, a autarquia alertou nesta quinta-feira para um cenário de “seca severa”.

Nesse sentido, o município, liderado pelo socialista Artur Cascarejo, está a colocar em prática um plano de contingência que tem como objectivo precaver situações que, no limite, podem levar a eventuais falhas no abastecimento de água.

A autarquia está a cortar nos consumos, nomeadamente na redução da quase totalidade das regas de jardins, fontes e demais serviços municipais.

Está também a ser feito um apelo à população, através da distribuição, pelos CTT, de desdobráveis com conselhos de poupança, e ainda através das juntas de freguesias e dos padres, que na hora da missa irão alertar também para o uso mais sensato deste bem.

O objectivo é “sensibilizar, aconselhar e alertar a população para a importância da redução do consumo de água”.

Estas medidas e alertas visam, de acordo com a autarquia, “garantir a normal continuidade do abastecimento de água às populações, procurando estimular a redução do consumo, de modo a não se atingir um ponto de ruptura no sistema que impedisse o normal abastecimento de água”.

Autor: Lusa
Fonte: Ecosfera / Público
Original: http://goo.gl/g0kH9


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Imagem de arquivo de um milhafre no centro de recuperação de Gaia. (Foto: Manuel Roberto)

Catorze animais – milhafres, borrelhos, corujas-das-torres, ouriços-cacheiros, mochos-galegos e uma rola-do-mar – serão devolvidos à natureza a 4 de Outubro em quatro concelhos do Norte do país, depois de terem sido reabilitados no Parque Biológico de Gaia.

Os animais foram entregues no Parque Biológico de Gaia, “na sua generalidade juvenis, caídos de ninhos encontrados por pessoas”, disse o director do parque, Nuno Oliveira. “Acabaram de se criar, foram reabilitados, e agora vão regressar à natureza”, no Dia Mundial do Animal, acrescentou.

As devoluções à natureza vão acontecer entre as 10h15 e as 21h e nos locais onde os animais foram recolhidos. A rola-do-mar será libertada na Reserva Natural Local do Estuário do Douro (Vila Nova de Gaia); os três milhafres na Quinta da Conceição (Matosinhos), na Escola EB de Susão (Valongo) e no Parque do Castelo de Crestuma (Vila Nova de Gaia); o ouriço-cacheiro no Parque da Lavandeira (Vila Nova de Gaia), bem como uma coruja. Dois borrelhos serão devolvidos à natureza no Parque de Dunas de Aguda (Vila Nova de Gaia), dois mochos-galegos na Casa da Natureza do Parque do Rio UL (São João da Madeira), outros dois no Parque Biológico (Vila Nova de Gaia) e um mocho e uma coruja no Parque de Avioso (Maia).

Os 14 animais foram reabilitados no Centro de Recuperação de Fauna Selvagem do Parque Biológico de Gaia. Este local recebe, em média, cerca de “3000 animais por ano, sendo que cerca de 50% são restituídos à natureza”, precisou Nuno Oliveira. “Alguns chegam ao parque em muito mau estado, com tiros de caça, por exemplo, sem qualquer hipótese de sobrevivência”, disse.

No âmbito da comemoração do Dia Mundial do Animal, Nuno Oliveira recomenda à população que se “preocupe com a conservação da biodiversidade”. “Parece que [as pessoas] ainda não perceberam que a biodiversidade não é só o lince da Malcata”, concluiu.

O Dia Mundial do Animal celebra-se desde 1930, em homenagem a São Francisco de Assis, protector dos animais, tendo como objectivo chamar a atenção para as espécies em extinção, os maus tratos e a exploração dos animais.

Autor: Lusa, PÚBLICO
Fonte: Ecosfera
Original: http://goo.gl/OAs27


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As empresas de celulose têm-se queixado de falta de matéria-prima. (Foto: Daniel Rocha)

No Fundão, a água escasseia mas está a ser utilizada para irrigar uma área de ensaio com eucaliptal. A população protestou.

A organização ambientalista Quercus diz estar preocupada com a “expansão descontrolada” de novas plantações de eucaliptos que aproveitam a conversão de áreas de pinhal dizimadas pelos incêndios, estando já a ocupar terrenos agrícolas, áreas sensíveis e zonas de regadio.

De entre os casos relatados pela Quercus destaca-se o que ocorreu recentemente no Perímetro Florestal do Castro, em Ferreira do Zêzere, uma área que integra a Reserva Ecológica Nacional e cuja gestão foi transferida para o município de Ferreira do Zêzere em Julho de 2009.

Uma parcela deste perímetro foi arrendada à Portucel Soporcel Florestal, tendo sido autorizada, numa área com cerca de 44 hectares, “a conversão do pinhal existente num novo eucaliptal” pela Autoridade Florestal Nacional em Fevereiro de 2011. Esta situação, prossegue a Quercus, conduziu “à destruição da regeneração natural de pinheiro-bravo existente”.

A Câmara de Ferreira do Zêzere é acusada pela organização ambientalista de ter “alienado parte do património público em favorecimento de uma indústria”, num concelho em que a expansão da monocultura de eucalipto “é dominante” .

O presidente da autarquia, Jacinto Cristas Flores, confrontado com a denúncia da Quercus recusou-se a falar “sobre o que não conhece”.

Sem licença

A Quercus faz ainda referência a projectos de rearborização em propriedades da Portucel Soporcel Florestal junto à albufeira do Castelo do Bode, no lugar de Casal da Luísa, onde o terreno foi recentemente mobilizado para “converter uma área de floresta natural de protecção” em eucaliptal. O local integra a “área condicionada pelo Plano de Ordenamento da Albufeira de Castelo do Bode” .

A Portucel “intervencionou linhas de água sem licença”, o que originou a elaboração de um auto de notícia e uma contra-ordenação por parte do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR. “A empresa “prevaricadora nunca foi notificada” pela Administração da Região Hidrográfica do Tejo, entidade instrutora do processo, observa a Quercus.

Alfredo Campos, dirigente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), confirma que, nas regiões Centro e Norte do país, a plantação de eucaliptos está a ocupar terrenos “com muito boa aptidão agrícola” e refere que as empresas de celulose têm argumentado que “têm dinheiro para investir mas que lhes falta matéria-prima”.

O dirigente da CNA acentua que os portugueses “não são coalas”: O que precisam “é de produzir alimentos para reduzir a dependência” em relação ao exterior.

Mais a sul, no litoral alentejano, a expansão dos eucaliptais estende-se progressivamente por terrenos de produção agrícola, facto que “está a gerar alguma controvérsia” junto das populações vizinhas na freguesia do Cercal do Alentejo, concelho de Santiago do Cacém, e na freguesia de S. Luís, concelho de Odemira, salienta a associação ambientalista.

O presidente da Junta de Freguesia de S. Luís, António Ventura, disse ao PÚBLICO ter conhecimento “informal” da plantação de eucaliptos nas proximidades dos aglomerados urbanos, mas garante que as pessoas “não estão” contra a instalação deste espécie.

Acrescentar “mais meia centena de hectares, às muitas centenas que já existem, não faz qualquer diferença”, realça o autarca, acrescentando que a proliferação de eucaliptos “é uma realidade a que temos de nos habituar”.

Eucaliptos no regadio

O regadio de eucaliptal já é uma realidade na Beira Interior, mais concretamente no lugar de Quinta da Caneca, concelho do Fundão, onde está instalada uma área de ensaio superior a 50 hectares, adiantou ao PÚBLICO o vice-presidente da autarquia, Miguel Gavinhos. Esta plantação foi autorizada pela Autoridade Florestal Nacional.

A Quercus, baseando-se em informação que recolheu junto da Portucel, acrescenta que “a água usada é proveniente do circuito hidráulico do Sabugal-Meimoa” e está a ser disponibilizada pela respectiva associação de regantes.

Mas esta solução “tem gerado contestação social” devido à escassez de água disponível na região, explica a organização ambientalista. A Quercus salienta ainda que a expansão do eucaliptal de regadio, pelo seu “elevado consumo de água, é algo que gera preocupação”, advertindo para o risco que corre o desenvolvimento sustentável da agricultura para abastecimento alimentar às populações face a estas opções.

Miguel Gavinhos assume que a posição do município do Fundão é de reserva em relação ao eucalipto, lembrando que lançou uma taxa de 918 euros por cada hectare plantado para “desincentivar a plantação do eucalipto no concelho”.

Questionada a empresa Portucel/Soporcel Florestal sobre o teor das denúncias feitas pela Quercus, não foi possível obter qualquer resposta até ao fecho desta edição.

Autor: Carlos Dias
Fonte: Ecosfera – Público
Original: http://goo.gl/hxJAF


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Os Açores podem vir a ser o primeiro geoparque do mundo na condição de arquipélago. (Foto: Daniel Rocha)

O Comité Coordenador da Rede Europeia de Geoparques adiou para Março a decisão quanto ao reconhecimento dos Açores como património geológico da Humanidade, foi revelado nesta quinta-feira.

“A candidatura não foi rejeitada. Mas é a primeira vez que a Rede de Geoparques tem um arquipélago a querer associa-se-lhe e isso tornou-se um problema para a própria estrutura”, disse José Leonardo Silva, coordenador da candidatura dos Açores.

A informação foi divulgada no encerramento da 11.ª Conferência Europeia de Geoparques, que, reunindo cerca de 300 responsáveis de 42 países, foi este ano organizada pelo Geoparque de Arouca, em parceria com a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

Para José Leonardo Silva, o adiamento “não foi uma desilusão”, porque em causa está apenas “um pedido de informação adicional” sobre o território das nove ilhas. “Não podemos pensar que isto foi um problema. Temos que pensar que estamos a colocar-nos do lado da solução”, sublinhou.

Em Portugal há actualmente dois geoparques: o de Arouca, cujos limites coincidem com aquele concelho, e o Naturtejo da Meseta Meridional, que abrange os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão.

Segundo José Leonardo Silva, os Açores podem vir a ser o terceiro geoparque português e o primeiro do mundo na condição de arquipélago.

O Comité Coordenador da Rede de Geoparques “disse, e nós também achamos, que o Geoparque dos Açores é uma grande mais-valia para a Rede Europeia. Esperamos satisfazer todos os membros da Rede com as nossas respostas, para que consigamos entrar em Março próximo”, data da próxima reunião da estrutura, em Paris, acrescentou.

Ontem foram reconhecidos sete territórios como Património Geológico da Humanidade: Global Geopark da Catalunha Central (em Espanha), Bakani Baaton (Hungria), Sangingshan (China), Chablais (França), Carnic Alps (Áustria) e Batur (Indónesia), todos em registo de primeira adesão. O Geoparque da Ilha de Lesvos, na Grécia, também viu revalidada a sua classificação pela UNESCO, após um alargamento de território que obrigava a nova avaliação.

Autor: Lusa
Fonte: Ecosfera – Público
Original: http://goo.gl/uiWZQ


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A expedição está a caracterizar as espécies e habitats no mar nas Berlengas. (Foto: Nelson Garrido)

A expedição para conhecer a fauna e a flora subaquáticas das Ilhas Berlengas já observou 50 novas espécies, a juntar-se às cerca de 400 já conhecidas. A missão, que acaba no final do mês, diz que a biodiversidade está cada vez mais mediterrânica.

A expedição já realizou mais de 20 mergulhos a 30 metros de profundidade. Desde o início, já foram observadas 50 novas espécies nas Berlengas a juntar-se às cerca de 400 já conhecidas, nomeadamente briozoários (animais que parecem plantas), um coral, um peixe, algas e poliquetas (semelhantes a vermes).

O convés do antigo bacalhoeiro Creoula mais parece um laboratório ao ar livre, com uma equipa de cientistas a estudar e catalogar as espécies, aguardando em grande expectativa cada saída de mergulho.

Desde segunda-feira a bordo do Creoula, Estibaliz Berecibar parte para mais um mergulho, em conjunto com outros investigadores, em busca dos muitos segredos ainda por revelar pela riqueza subaquática das Berlengas, Reserva da Biosfera da Unesco.

O arquipélago é considerado o maior viveiro natural da costa oeste atlântica, não só por ser a fronteira entre as águas frias e quentes, mas também por beneficiar da proximidade ao Canhão da Nazaré.

O mergulho, entre os mais de 24 já realizados a 30 metros de profundidade, veio a revelar uma nova descoberta. Pela primeira vez, a investigadora observou nas Berlengas duas espécies de algas (Gloiocladia microspora e Digenea simplex) típicas do Mar Mediterrâneo, à semelhança de outras.

Após observar fenómenos de emigração idênticos em relação a outras espécies, a bióloga acredita cada vez mais que “as Berlengas são o limite norte para muitas espécies do Mediterrâneo”, que nos últimos anos começaram a expandir-se para a costa oeste do Atlântico.

“A paisagem debaixo de água está a ficar mais tropicalizada”, afirma, e uma das justificações apontadas pode estar relacionada com as alterações climáticas.

Frederico Dias, coordenador da missão, não descura também as correntes marítimas “que saem do Estreito de Gibraltar e que têm tendência a virar para norte”, permitindo a fixação de espécies nas Berlengas, dadas as excelentes condições naturais que aí encontram.

Por outro lado, é a oeste das Berlengas que se situa um importante “corredor marítimo de navios da Marinha mercante oriundos do Mediterrâneo”, cujos cascos poderão trazer algumas dessas espécies que acabam por conseguir sobreviver e desenvolver-se nas Berlengas.

A campanha é promovida pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), envolvendo cerca de 80 pessoas, entre mergulhadores, investigadores e estudantes universitários que, repartidos em dois grupos, estão a fazer a cartografia e caracterização de espécies e habitats existentes nas Berlengas.

Autor: Lusa
Fonte: Ecosfera – Público
Original: http://goo.gl/cqSDS


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