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Daily Archives: 16/11/2011



Relatório do PNUMA descreve as transformações que o planeta passou nas últimas duas décadas, incluindo dados populacionais, de biodiversidade e sobre o aquecimento global, com o objetivo de servir de base para os debates na Rio+20

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), agendada para o mês de junho de 2012, será precedida pela publicação de diversos estudos e relatórios que devem facilitar às delegações dos países participantes a entender melhor o que está em jogo e o que precisa ser feito para a conservação ambiental do planeta.

Possivelmente, o mais importante documento a ser divulgado antes da Rio +20 será o “Panorama Ambiental Global-5” (Global Environmental Outlook-5 ou, simplesmente, GEO -5). Preparado pelo PNUMA, o GEO-5 será publicado em maio do ano que vem e trata-se da maior compilação de dados sobre a condição atual dos ecossistemas terrestres já realizada.

Nesta semana, o PNUMA divulgou uma parte deste esforço, um relatório intitulado “De olho no meio ambiente em mutação: Do Rio à Rio+20”.

Através de dados, gráficos e imagens de satélite, o documento oferece informações sobre uma série de questões-chave: população, mudanças climáticas, energia, eficiência no uso de recursos, florestas, segurança alimentar, uso do solo e água potável; com exemplos que vão desde o derretimento de geleiras no oceano Ártico até as novas tendências no uso de energia.

“O relatório nos leva de volta ao nível básico, destacando desde o rápido acúmulo de gases de efeito estufa até a erosão da biodiversidade e o aumento de 40% no uso dos recursos naturais — mais rápido do que o crescimento da população global. Mas o relatório também mostra o modo como, quando há uma reação, é possível alterar drasticamente a trajetória de tendências perigosas que ameaçam o bem-estar humano — as iniciativas para acabar com produtos químicos que prejudicam a camada de ozônio compõem um exemplo vivo e poderoso”, afirmou Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA.

Panorama

Sobre a população, o documento destaca que chegamos aos sete bilhões e que o número de pessoas vivendo em áreas urbanas aumentou 45% desde 1992. A quantidade de megacidades com mais de 10 milhões de habitantes passou de 10 para 21. Apesar do número de pessoas vivendo em favelas ter diminuído em quase 15%, cerca de 1,4 bilhão de seres humanos ainda não tem acesso à eletricidade.

O cenário também não é positivo para as mudanças climáticas, uma vez que foi registrado um aumento contínuo no uso de combustíveis fósseis e nas emissões de gases do efeito estufa mundiais. Globalmente as emissões subiram 36% entre 2002 e 2008, passando de 22 bilhões de toneladas para mais de 30 bilhões. Mais de 80% dessas emissões são provenientes de apenas 19 países.

Segundo o PNUMA, praticamente todas as geleiras do planeta vem sofrendo um processo de retração e desaparecimento, que resulta no aumento do nível dos oceanos e em impactos para os ecossistemas. O nível dos oceanos subiu cerca de 2,5mm por ano desde 1992.

Outra preocupação com os mares é a crescente acidez. Entre 1992 e 2007 o pH caiu de 8.11 para 8.06, o que afeta os animais marinhos e principalmente corais, que correm o risco de desaparecer até o fim do século.

Com relação às florestas, a taxa de desmatamento sofreu uma queda, porém o mundo perdeu mais de 300 milhões de hectares desde 1990. Aproximadamente 13 milhões de hectares foram perdidos anualmente entre 2000 e 2010, essa marca foi de 16 milhões de hectares na década anterior.

Os dados para as espécies são também ruins, com mais de 12% da biodiversidade sendo perdida em nível global nos últimos 20 anos. A situação é pior nos trópicos, onde a porcentagem é de 30%.

Quase 20% dos vertebrados estão ameaçados, sendo que os anfíbios são os mais vulneráveis, com 41% das espécies em risco. Segundo dados da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), aproximadamente 25% das espécies de plantas também correm risco de desaparecer.

Nem tudo são números negativos no relatório do PNUMA. As energias renováveis apresentaram um grande crescimento, chegando a responder por 16% da geração global em 2010.

Devido à queda nos preços e políticas de incentivo, o uso do biodiesel cresceu 300.000% nos últimos 20 anos, a energia solar 30.000%, a eólica 6000% e os biocombustíveis 3500%.

Os investimentos no setor dispararam, tendo alcançado em 2010 a marca de US$ 2,11 bilhões, 32% a mais do que 2009 e cerca de cinco vezes mais do que em 2004.

Caminhos para soluções

O relatório destaca alguns avanços desde 1992 para melhorar a situação ambiental. Reconhece principalmente o crescimento da noção da economia de baixo carbono e as ferramentas que surgiram para incentivá-la.

A reciclagem, por exemplo, já é uma prática comum em muitos países e o uso eficiente dos recursos naturais e da eletricidade virou um dos objetivos de companhias em todo o mundo.

Ferramentas como os mercados de carbono, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e outras formas para financiar ações climáticas e ambientais foram criadas desde a Eco92 e vem ganhando força.

A produção orgânica de alimentos e os selos de garantia de sustentabilidade se popularizaram e hoje são importantes opções para os consumidores conscientes.

O PNUMA acredita que a Rio+20 é a oportunidade ideal para que os países se comprometam a seguir esses caminhos que levam rumo o desenvolvimento sustentável.

“A Rio+20 pode garantir o impulso necessário para que a economia verde entre de vez nos programas de governo e da iniciativa privada. O desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza devem ser os grandes objetivos a ser alcançados pelas lideranças no Rio de Janeiro”, concluiu Steiner.

Autor: Fabiano Ávila
Fonte: Instituto CarbonoBrasil / PNUMA
Original: http://bit.ly/vo7kjT


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A discarded cup on the sand. (Photography: Mel Melcon / Los Angeles Times)

After nearly a half a year of research and negotiation, the Hermosa Beach City Council has taken a step toward a citywide ban on polystyrene food containers.

With more than a dozen speakers in attendance, the council voted, 3-2, on Tuesday night to direct city staff to create a ordinance that would ban takeout packaging made of the plastic material.

More than 50 cities in California have similar ordinances in place, due to environmental and health concerns.

“I think it was an amazing outpouring of support from the community that came out last night,” said Brian Schoening, who served on the city’s Green Task Force, which recommended the ordinance, which will give restaurants a six-month grace period. “I was actually surprised by the council -– all five members came to agreement that there’s a need to address the issue.”

The vote came more than a year after Schoening’s task force was assembled by the council. In May, the task force had recommended an ordinance banning the containers, but the council voted, 4-1, in favor of additional research for an educational program.

When the task force returned with its findings last month, discussion on the issue was again deferred until Tuesday. So when the day for debate finally arrived, more than a dozen community members, lobby representatives, and even children spoke at the hearing.

Third-grader Max O’Reilly worked the floor, pushing for the ban. He explained that he and his friends take sandwiches to the beach, but the sandwiches and their Styrofoam containers often get destroyed by birds.

“While we’re in the water, the birds come over, they attack the Styrofoam; they rip it apart and bring it into the ocean,” O’Reilly said. “And they get the sandwich!”

Mayor Pro Tem Jeff Duclos dismissed promises from lobbyists for the plastics industry, who said they’d collaborate on a meaningful education plan.

“It’s abundantly clear that this is an industry that is not going to change unless it is mandated to do so,” Duclos said.

Duclos, Peter Tucker, and Mayor Howard Fishman voted to draft the ordinance, while Michael DiVirgilio and Kit Bobko opposed.

DiVirgilio, who had made the motion for the education plan in May, said he was not opposed to banning polystyrene but thought it was an overly aggressive first step.

“I think I have put myself in front of the Mack Truck called banning polystyrene,” DiVirgilio said. “I know which way this is going.”

Author: Matt Stevens
Source: Los Angeles Times
Original: http://lat.ms/s7uXy9


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De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, países com melhoria mais rápida do IDH também passam por um aumento das emissões de dióxido de carbono


(Fotografia: Getty Images)

O Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) referente a 2011, divulgado nesta quarta-feira em Copenhague, traz uma seção especial sobre os desafios que a melhoria dos indicadores de renda, educação e saúde no mundo impõem para o controle da degradação ambiental.

O estudo – que se debruçou sobre um conjunto de quatorze indicadores para fazer sua análise, entre os quais o índice de desempenho ambiental – conclui que o progresso recente no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) tem sido obtido à custa do aquecimento global.

IDH e CO2
A pesquisa identificou que, quando o rendimento médio de uma nação cresce, também aumentam as emissões de dióxido de carbono (CO2) – o gás carbônico, principal poluente do chamado efeito estufa. A renda é reflexo do vigor da economia, que, por sua vez, é traduzida pela aceleração das atividades de produção e distribuição de bens. Com um uso mais intensivo de energia e maior circulação de veículos, é natural que ocorra expansão das emissões deste poluente na atmosfera.

O relatório não identificou relação entre a evolução dos índices de saúde e educação com o dióxido de carbono. Já o crescimento do IDH – como é uma média ponderada destas três variáveis – revelou que tem como contrapartida a ampliação da poluição atmosférica. Esta correspondência não é muito clara entre os países de IDH baixo, mas acelera-se rapidamente a partir de um determinado patamar (que o Pnud denomina ponto de virada).

A partir disso, a instituição conclui que mais importante que o impacto em si do desenvolvimento sobre a degradação ambiental é a velocidade em que este acontece. Em outras palavras, os países com melhoria do IDH mais rápida também passam por um aumento mais célere das emissões de CO2 per capita. O Pnud acrescenta que, diante desta constatação, o melhor guia para saber o que esperar do desenvolvimento atual é olhar para as mudanças ao longo do tempo.

Outras ameaças ambientais
A forma com que as emissões de gás carbônico relacionam-se com a renda e o IDH não é a mesma verificada para outros indicadores de meio ambiente. Em resumo, há ameaças ambientais que aumentam com o desenvolvimento e outras não. Outra correlação positiva, segunda a pesquisa, foi encontrada apenas na devastação das florestas.

O relatório do Pnud chama a atenção ainda para um estudo de Barry B. Hughes e Randall Kuhn que mostra que as curvas entre o IDH e a poluição urbana e da água, bem como o acesso a saneamento, são em U invertido. Isso que significa que, à medida que o desenvolvimento aumenta, a degradação ambiental medida por esses itens piora gradativamente. Contudo, chega um momento em que a alta do IDH tem como contrapartida a melhoria destes desses indicadores. A explicação é intuitiva: os governos passam, à medida que os países enriquecem, a ser pressionados por suas populações a oferecerem ambientes mais limpos e saudáveis.

Desigualdade é má
Apelando a métodos que a pesquisa classifica como “quase experimentais”, foram identificadas algumas relações entre desigualdade e problemas ambientais. Um exemplo é a descoberta de que níveis mais elevados de desigualdade de gênero apontam para patamares mais baixos de sustentabilidade. Da mesma forma, o desmatamento e a poluição levam a piores índices de IDH – o que fica mais fácil entender quando se sabe, por exemplo, que metade da subnutrição mundial é atribuível a fatores ambientais. Diante dessas evidências, o estudo conclui que “a desigual é má, não só intrinsicamente, mas também para o meio ambiente”.

Autor: Benedito Sverberi
Fonte: Exame / Veja
Original: http://bit.ly/u6VzsI


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Europe and the United States agreed this week to fight illegal fishing together, but the terms were vague. Still, environmentalists have welcomed their intentions, saying they hope tougher regulations will eventually be created to curb large-scale poaching on the high seas.


European tuna trawlers have been implicated, too. (Photography: AP)

A bilateral deal announced this week between the European Union and the United States aims to fight illegal fishing, a crime blamed for a number of problems in the world’s oceans, from fishery collapse to poverty and piracy in Africa. The agreement signed in Washington was thin on details, but environmental groups praised it nonetheless. “We view this as quite positive,” said Maria Jose Cornax of Oceana, a conservation nonprofit based in Madrid.

EU and US officials have made ringing remarks about illegal fishing without explaining how they might oppose it. “Piracy off the coast of Africa has grabbed headlines in recent years, but there is another type of piracy that has received far too little attention,” said a joint statement released in advance of Wednesday’s agreement. “Pirate fishing around the world is costing fishermen their jobs and income, and harms the ocean environment.”
The EU and US have therefore agreed to cooperate “at the technical, operational and political level,” said Dr. Jane Lubchenco, head of the US-based National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), who signed the agreement with Maria Damanaki, the EU’s fisheries commissioner.

But specifics will have to wait for new laws in the United States, Maria Jose Cornax told SPIEGEL ONLINE. “Our Oceana colleagues in Washington are working on (recommending) concrete measures,” she said.

Oceana and other environmental groups hope the US will take Europe’s lead in tracing the origins of imported fish. The EU, US and Japan make up the top three consumers of fish in the world, and Oceana would like to see tighter regulation in those three markets, Cornax said. The EU started a strict new certification process in early 2010 which Cornax called “a major step toward illegal fishing regulation.”

The Scourge of Africa

Illegal, unreported and unregulated fishing (IUU, or “pirate” fishing) has devastated fisheries along the coast of both eastern and western Africa, where European and Asian trawlers sometimes wander to dodge fishing quotas at home. Poachers have been known to fish near countries with weak or nonexistent navies, like Somalia or Senegal, to steal valuable fishing stock.

Somali pirates often cite IUU fishing as one reason they take to the water with heavy weapons. Of course, they tend to hijack cargo ships more often than fishing trawlers, but experts say the roots of Somali piracy lie in 1990s-era attempts to control illegal fishing off the coast.

A chief scientist at Oceana in Washington, Dr. Michael Hirshfeld, argued that good regulation in the US would include better “catch documentation” in the country’s ports and government pressure on countries identified by the NOAA as hosts for illegal fishing vessels. The countries named recently by the NOAA include France, Portugal, Panama and China.
Dr. Hirshfeld said two bills before the US Senate could help more accurately track and label fish — to avoid what’s called “fish laundering” in American ports.

“The US cannot mirror the EU regulations, because the US doesn’t have a huge fleet of fishing boats,” explained Cornax in Madrid. “But it has a lot of fish imported in containers,” which are not well-regulated. “For Japan it’s the same,” she said.

Author: Michael Scott Moore
Source: Spiegel Online Internacional
Original: http://bit.ly/qajdF1


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(Fotografia: Divulgação)

Na corrida da autoindústria por carros ecologicamente corretos, curiosamente, são os modelos “micro” que mais chamam atenção. Basta olhar o novo protótipo da Audi (ao lado) para notar o óbvio: os pequenos elétricos são uma graça. E na lista entram compactos como o Renault Twizy e o E3W, da KTM.

A versão mini e elétrica da marca alemã chama-se Urban Concept e terá seu debut no salão de Frankfurt, em setembro. De acordo com a Audi, o modelo promete abrir novos horizontes para a mobilidade urbana. Com jeito de esportivo, ele vem com uma carroceria ultraleve, feita de fibra de carbono e plástico reforçado.

Idealizado para duas pessoas, o veículo é equipado com dois motores elétricos e uma bateria de íons de lítio, o que, segundo a fabricante, garante autonomia e acelerações enérgicas para circular nos centros urbanos. A agilidade também é assegurada pelas rodas destacadas da carroceria, o que também lhe rende uma estética diferenciada. Informações mais detalhadas serão divulgadas durante o Salão.

Autor: Vanessa Barbosa
Fonte: Exame
Original: http://bit.ly/mSw4Dj


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A professor at the University of Delaware has patented a vehicle-to-grid (V2G) technology for parked electric vehicles to return power to the grid and teamed up with NRG Energy to commercialize it.

Professor Willett Kempton, who has been testing V2G technology that lessens the load on natural gas plants, told the New York Times utilities would not be interested in buying electricity from individual cars but from groups of perhaps 100 vehicles.

The idea is not without its critics.

“The only way this will take off is for users to have a financial incentive to allow the power company to do this, i.e. the power price during peak demand must be so high that it’s cheaper to deplete your EV battery rather than draw from the grid,” writes hackertourist on listserv slashdot.

Ancillary services could fetch $3,000 a year for EV owners, CNET Green Tech reported the Federal Energy Regulatory Commission chairman saying last year.

Others are concerned with vehicular range. “What happens when you want to drive the car and the battery isn’t charged because the power has been returned to the grid?” writes mcavic on slashdot.

Meanwhile, V2G appears to be heading for a big push in the Japanese market, reports Jim Motavalli in the New York Times, possibly due to its potential during blackouts. Nissan, Mitsubishi and Toyota are all developing V2G systems expected to reach customers by the end of 2012.

Author: Carla Tonelli
Source: Reuters
Original: http://reut.rs/pMcyPz


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Nenhum país investe tantos recursos em energia renovável como a China, mas nenhum outro país consome tanto carvão


Um depósito de carvão também abriga um Buda. As reservas podem se esgotar logo, tornando vital para a China o uso de energia renovável. (Fotografia: Greg Girard)

Rizhao, na província de Shandong, é mais uma dentre as centenas de cidades chinesas que se preparam para um crescimento acelerado. A estrada que dá acesso à cidade tem oito pistas, mesmo que ainda não haja muito tráfego. Porém, em seu porto, por onde passam grandes carregamentos de minério, a atividade é incessante, e Pequim classificou o terminal portuário de “a extremidade oriental de uma nova ponte entre os continentes da Europa e da Ásia”.

Em outras palavras, Rizhao é o tipo de lugar que causa preocupação nos cientistas atentos ao modo como a rápida expansão e o enriquecimento da China vêm contribuindo para aumentar as emissões de carbono. Esse crescimento explosivo fez com que, na última década, a China superasse os Estados Unidos como a maior fonte mundial de gases associados ao efeito estufa.

Todavia, após almoçarmos no hotel Guangdian, o engenheiro-chefe da cidade, Yu Haibo, me leva ao telhado do restaurante para me apresentar outra perspectiva. Primeiro nos esgueiramos por entre o sistema de aquecimento solar, uma rede de tubos a vácuo que coletam a energia solar e aquecem toda a água usada na cozinha e nos 102 quartos do hotel. Em seguida, junto ao beiral do telhado, contemplamos o horizonte de prédios em expansão. Quarteirão após quarteirão, no topo de todos os edifícios veem-se painéis solares parecidos. “Tais equipamentos estão instalados em pelo menos 95% das edificações”, diz Haibo com orgulho. “Há quem fale em 99%, mas a modéstia não me permite chegar a tanto.”

Seja qual for o percentual, ele é assombroso. A China é hoje líder mundial na instalação de tecnologias de energia renovável – suas turbinas eólicas são as que mais aproveitam os ventos, e suas fábricas, as que mais produzem painéis solares.

No passado, a China foi vista, primeiro, como o “perigo amarelo” e, depois, como a “ameaça vermelha”. Agora as cores associadas ao país são o preto e o verde. Uma corrida épica está em curso ali para saber se e quando a China vai conseguir se libertar do carvão e continuar crescendo, movida à energia do sol e do vento. O resultado dessa corrida será o dado isolado mais importante do nosso século – pois vai determinar a intensidade do aquecimento global.


O sonho da China em se tornar independente dos combustíveis fósseis exibe a sua face reluzente na estação Hongqiao, em Xangai: o trem-bala, que chega a 350 quilômetros por hora. O país logo vai contar com tantas linhas de trem de alta velocidade – 13 mil quilômetros – quanto a soma do resto do mundo. (Fotografia: Greg Girard)

Por enquanto, contudo, a questão ainda paira no ar. Literalmente. Quem visita a China fica chocado com a poluição existente nas cidades importantes. Aos poucos, os céus estão se desanuviando, pelo menos em lugares como Pequim e Xangai, à proporção que as indústrias pesadas são modernizadas ou transferidas para áreas mais afastadas. Além disso, o governo começou a desativar muitas das usinas termelétricas menores e poluidoras. Na realidade, o país hoje é líder mundial na construção do que os engenheiros chamam de “usinas supercríticas”, bem menos poluentes. É de supor, portanto, que a China vai se tornar mais limpa à medida que enriquecer – pois foi isso o que ocorreu em outras partes.

Porém – e este porém é crucial –, é bem possível o ar ficar limpo sem contudo eliminar a poluição. As termelétricas a carvão mais eficientes talvez não lancem na atmosfera tanta matéria particulada, como dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, mas ainda assim continuam produzindo enorme quantidade de dióxido de carbono. O CO2 é invisível, sem cheiro e em geral inócuo para os seres humanos – fora o fator crucial do aquecimento do planeta. Quanto mais rica se torna a China, mais ela produz, e a maioria das coisas que caracterizam a riqueza é dotada de tanque de gasolina ou de tomada elétrica. Todas as cidades chinesas estão repletas de lojas de eletrodomésticos; antes elas ofereciam ventiladores, agora também vendem cadeiras massageadoras. “As pessoas se mudam para apartamentos recémreformados, e por isso querem uma geladeira nova”, comenta um vendedor. Em Xangai, cada residência já tem, em média, 1,9 aparelho de ar condicionado e 1,2 computador. A cada mês, 20 mil carros são emplacados em Pequim.

Essa revolução no padrão de consumo dos chineses mal começou. Até 2007, havia na China 22 carros para cada mil pessoas, em contraste com 451 nos Estados Unidos. Fora dos grandes centros urbanos, as estradas com frequência estão desertas, e os caminhos vicinais continuam sendo percorridos por carroças puxadas por animais. “Até agora a China se concentrou no desenvolvimento industrial”, comenta Deborah Seligsohn, que trabalha em Pequim para o Instituto de Recursos Mundiais de Washington, DC. São essas siderúrgicas e fábricas de cimento que lançam nuvens de carbono na atmosfera, e as autoridades estão empenhadas em torná-las mais eficientes. À medida que amadurecer a base industrial do país, haverá desaceleração no setor produtivo. O consumo, por outro lado, mostra todos os sinais de estar em aceleração – nenhum ocidental está em posição de criticar isso.

Embora a China tenha adotado como prioritária a redução de emissões pelo setor industrial, ninguém se ilude quanto ao principal objetivo do país. Pela maioria das estimativas, a economia chinesa precisa crescer pelo menos 8% ao ano para assegurar estabilidade social e continuidade do regime comunista. Se o crescimento começar a ratear, aumentará a insatisfação entre os chineses; estima-se que ocorram até 100 mil manifestações e greves a cada ano. Muitas delas são protestos contra a apropriação de terras, as péssimas condições de trabalho e os salários baixos. Por isso, a grande esperança das autoridades depende da capacidade de gerar sempre empregos, de modo a absorver o contingente que continua a sair das províncias pobres na expectativa de uma vida melhor nas cidades.


Um subúrbio de arranha-céus brota em Ordos, cidade na Mongólia Interior enriquecida com a extração de carvão. O aumento febril das áreas urbanas contribuiu para triplicar a demanda por energia na China desde o início do século. (Fotografia: Greg Girard)

Por outro lado, também cresce a revolta da população diante da degradação ambiental que acompanha o crescimento econômico. Em uma de minhas viagens, passei de carro por um vilarejo ao norte de Pequim no qual haviam sido pendurados cartazes na estrada que criticavam o fato de uma nova mina de ouro ter destruído vários riachos. Poucos quilômetros adiante, cheguei à própria mina, em que, naquele mesmo dia, os camponeses haviam destruído o estacionamento, quebrado janelas e grafitado paredes. Embora os números oficiais registrem que a economia cresce em torno de 10% ao ano, o custo de lidar com a poluição do ar e da água, assim como a perda de terras cultiváveis, faz com que um índice de 7,5% esteja mais perto da realidade. Em 2005, Pan Yue, o vice-ministro para conservação, disse que “logo o milagre econômico vai se esgotar, pois o ambiente não consegue acompanhar esse ritmo”. No entanto, os esforços dele para incluir um índice de “PIB verde” nas estatísticas oficiais acabaram sendo vetados por Pequim.

“Basicamente”, comenta um executivo em Pequim que prefere não se identificar (o que já é um sinal de quão incômodos são esses temas), “a China necessita de cada gota de combustível – cada quilowatt e cada quilojoule disponíveis – para o crescimento.” Portanto, a questão que se coloca é: que cara vai ter esse crescimento?

Aspectos já evidentes são a escala gigantesca e a capacidade excessiva. Ordos, na Mongólia Interior, talvez seja a cidade que mais cresça na China. Mesmo pelos padrões chineses, o que ali se vê é uma infinidade de guindastes erguer uma quantidade interminável de edifícios residenciais. A imensa praça central parece tão grande quanto a Tiananmen, em Pequim, e imponentes estátuas de Gêngis Khan erguem-se da planície de concreto, fazendo com que os turistas que ali se aventuram mais pareçam anões. A cidade também conta com vários outros edifícios enormes e novos: um teatro, um museu modernista e uma extraordinária biblioteca. Essa Dubai das estepes foi viabilizada graças ao carvão. A região abriga nada menos que um sexto de todas as reservas do país, e, por isso, a renda per capita local saltou para 20 000 dólares em 2009 – para os governantes, a meta é alcançar 25 000 dólares até 2012. É o tipo de local que precisaria de um punhado de ambientalistas.

Na verdade, há pelo menos um. Na cidade vizinha de Baotou, um centro siderúrgico cujas minas também fornecem metade dos minérios de terras raras consumidos pelo planeta, encontro Ding Yaoxian na sede da Federação Ambiental da Cidade de Baotou. O diretor Yaoxian é um dos chineses mais animados e simpáticos que conheci; e ele precisou de todo o seu carisma para tornar a ONG uma força efetiva, baseada no apoio de 1 milhão de moradores da região. Identificados por pequenos cartões verdes, eles atuam como um tipo de força policial voluntário. “Se um membro da associação vê alguém jogando lixo onde não deve, ele aproxima-se e fica sentado na porta do fulano”, conta Yaoxian. “As autoridades não podem cuidar de tudo. Uma organização voluntária é capaz de exercer pressão e fazer com que, pelo menos, as pessoas se envergonhem.”

Mas as campanhas empreendidas pelo grupo quase sempre deixam bem claro quão incipiente ainda é a preocupação com o ambiente na China. Eles distribuíram 1 milhão de sacolas de compra reutilizáveis – mas também centenas de milhares de pequenos copos dobráveis de papel para que as pessoas deixem de cuspir nas ruas. E até alcançaram uma pequena vitória: quando mostravam centenas de milhares de apartamentos novos a possíveis compradores, os corretores costumavam oferecer aos interessados botas de plástico para que usassem por cima de seus sapatos sujos; agora, eles distribuem meias de pano laváveis. A associação também tentou difundir o comércio de objetos usados em um país no qual não se vê com bons olhos nada que seja usado. Ao fim de um delicioso almoço de cordeiro em um restaurante local, Yaoxian faz questão de levar para casa o que sobrou. “Essa é uma das nossas campanhas”, explica ele. “Antes, fazer isso era motivo de vergonha.”


Em Zhenbeipu, pessoas agarram cupons que serão trocados por celulares. (Fotografia: Greg Girard)

Há, contudo, um indício importante de proteção ambiental na região: um antigo projeto de plantio de árvores para amenizar a erosão de solos frágeis. Caminhões abarrotados de mudas eram a segunda coisa mais comum nas estradas locais (superados em uma proporção de dez para um pelos caminhões que transportam o carvão extraído das minas). Yaoxian estima ter plantado 100 mil árvores com as próprias mãos. “Isso aqui era uma poeira só, com muitas tempestades de areia”, conta ele. “Mas no ano passado tivemos 312 dias de céu limpo, e a cada ano fica melhor.”

Em busca de outras confirmações de que o explosivo crescimento chinês contém sementes efetivas de possibilidades favoráveis ao ambiente, sigo de carro por 275 quilômetros ao sul de Pequim até a cidade de Dezhou, que também passa por um crescimento explosivo. Ao me aproximar pela rodovia Nacional 104, vislumbro de repente um dos edifícios mais assombrosos do planeta, o pavilhão Sol-Lua. Ele tem a aparência de um centro de convenções, rodeado de largas faixas de painéis solares, como os anéis de Saturno, os quais proporcionam água quente e eletricidade ao edifício. Atrás do hotel, um prédio gêmeo abriga a sede da Himin Solar, que afirma ter instalado mais sistemas de energia renovável que qualquer outra empresa do planeta.

Os principais produtos da Himin são aquelas corriqueiras tubulações termossolares instaladas nos telhados de Rizhao. Na verdade, elas cobrem outras áreas bem mais extensas. O fundador, Huang Ming, calcula que a empresa já instalou mais de 14,5 milhões de metros quadrados de coletores solares para aquecimento de água. “Isso significa 60 milhões de famílias, talvez 250 milhões de pessoas no total”, diz ele. Exuberante em seu desbotado jeans Dockers preto, esse ex-engenheiro de petróleo produz alguns dos melhores sistemas termossolares da China, mas até ele reconhece que se trata de tecnologia simples. Para Ming, a chave do êxito está na mudança de atitude das pessoas, o que é obtido com campanhas de marketing de estilo evangélico, desencadeadas a cada vez em uma cidade. “Fazemos palestras, usamos PowerPoint”, conta. E aproveitam também a força do turismo: o Sol- Lua apenas serve de âncora para uma cidade movida a energia solar, que logo terá um cinema “quadridimensional” solar, um pavilhão de videogames solar, uma enorme roda-gigante solar e barcos solares que poderão ser alugados em uma marina também abastecida por energia solar.

No salão de exposições da empresa, algumas contradições são óbvias. Os painéis que aquecem a água para as banheiras ficam ao lado de gigantescos aparelhos de TV de tela fina. Essa é a única maneira de vender o conceito de energia renovável, insiste Ming, enquanto descreve as altas torres de apartamentos que está erguendo nos limites da cidade, com estruturas de painéis solares que formam curvas parecidas com a cauda de um dragão. “À noite, é isso o que você vê – um dragão alado”, diz ele. “Recebemos a visita de muitos construtores em nosso vale solar, todos interessados em nos imitar e aprender conosco.”


Rodeados por anúncios de celulares e computadores, um casal em Guangzhou, na província de Guangdong, prefere a comunicação cara a cara. Tradicionalmente frugais, os consumidores chineses, especialmente os jovens, estão gastando muito com itens caros, fazendo com que as fábricas não parem e com que a demanda de energia seja alta. (Fotografia: Greg Girard)

Ele está especialmente satisfeito com o fato de parte desses visitantes ser estrangeira. A cidade de Dezhou abrigou o Congresso Mundial de Cidades Solares em 2010, e Huang encarregou-se de montar um pavilhão de peritos para receber os visitantes. “Se toda a população americana usasse água aquecida por painéis solares, Obama ganharia cinco prêmios Nobel!”, entusiasma-se.

Esse não é o único caso em que os chineses imitaram os americanos e foram além. A chinesa Suntech hoje é um dos dois principais fabricantes de painéis solares fotovoltaicos em todo o mundo. Novos empregados são contratados todas as semanas, e, assim que entram na empresa, a primeira missão é assistir a Al Gore no documentário Uma Verdade Inconveniente. A jovem guia que me acompanha em uma visita à sede da empresa, em Wuxi, perto de Xangai, para diante de fotos de painéis fotovoltaicos no acampamento-base do monte Everest e também diante do retrato de seu patrão, Shi Zhengrong, considerado pela revista Time um “herói ambiental”. “Não é só um trabalho”, comenta ela, com os olhos marejados de lágrimas. “Para mim… é uma missão!”

Claro que os olhos dela poderiam lacrimejar em parte por causa da qualidade do ar. Wuxi é uma das cidades mais poluídas que já conheci, e quase não consegui respirar sob uma temperatura de 38ºC. Os painéis fotovoltaicos que recobrem a fachada da sede da Suntech estavam inclinados para captar os raios solares. No entanto, devido à poluição, operavam com apenas metade de sua capacidade total.

No fim, tais histórias isoladas só até certo ponto são esclarecedoras. Os dados nem sempre são confiáveis na China, onde as autoridades locais exibem forte propensão a enviar relatórios otimistas ao governo central, em Pequim. Mas de uma coisa podemos ter certeza: a China vem crescendo em um ritmo jamais visto em qualquer outro país de grandes dimensões, e esse crescimento cria oportunidades efetivas para o avanço ambiental. Pelo fato de construir tantos edifícios e usinas elétricas, o país tem a chance de incorporar a eles tecnologias avançadas com mais facilidade que nações com economias já consolidadas. Não são apenas painéis solares e turbinas eólicas. Cerca de 25 cidades chinesas estão, por exemplo, instalando ou ampliando redes de metrô, e as linhas para trens de alta velocidade já avançam em todas as direções. Esses projetos requerem enorme quantidade de aço e cimento, e, portanto, contribuem para o aumento das emissões de carbono – mas, no futuro, também vão ajudar na redução dessas emissões.

Esse esforço de saneamento ambiental, contudo, é superado pela mera escala do crescimento impulsionado pelo carvão. Com isso, é inevitável que as emissões de carbono continuem, por ora, a aumentar. Conversei com dezenas de especialistas em energia, e nenhum deles aventou a possibilidade de as emissões atingirem o seu pico antes de 2030. Mas não há nada capaz de adiantar de modo significativo essa data? É o que pergunto a um perito encarregado de um programa de energia renovável. “Todo mundo está atrás disso, mas ninguém tem uma resposta”, diz ele.


Os arredores de Shizuishan abrigam fábricas que dependem de termelétricas, legado de um programa, implementado por Mao Tsé-tung nos anos 1950, que levou muitas indústrias para o interior. (Fotografia: Greg Girard)

Até mesmo a previsão de se chegar ao pico em 2030 depende em parte da adoção rápida de técnicas para se extrair o dióxido de carbono das chaminés das termelétricas a carvão, e em seguida armazená-lo no subsolo, em minas e poços desativados. O problema é que ninguém sabe ainda se isso é viável na escala necessária. Quando pedi a um cientista empenhado em aperfeiçoar tal tecnologia que fizesse uma estimativa, ele afirmou que, até 2030, a China poderá estar removendo e armazenando 2% de todo o CO2 produzido em suas usinas elétricas.

Isso significa que, com base nas atuais previsões científicas sobre o ritmo das mudanças climáticas, a faxina ambiental chinesa vai chegar tarde demais para impedir um aquecimento mais intenso, do qual resultaria o derretimento das geleiras do Himalaia, a elevação no nível dos mares e outras catástrofes há muito temidas pelos climatologistas.

O quadro é sombrio. E, para alterá-lo, serão necessárias mudanças em âmbito bem maior que a China – das quais a principal é algum tipo de acordo internacional para a substituição da economia baseada no carvão. No momento, o país está dando passos largos na direção da energia renovável, pois isso faz sentido em termos econômicos. “Afinal, por que eles iriam desperdiçar energia?”, indaga Deborah Seligsohn, do Instituto de Recursos Mundiais, e acrescenta que, “se os Estados Unidos alterassem de maneira fundamental as regras do jogo – se eles se comprometessem de fato com reduções drásticas –, então a China poderia olhar para além de seu interesse nacional e talvez avançar bem mais nesse campo.” Talvez ela empreendesse mudanças mais dispendiosas e rápidas. Enquanto isso, o crescimento chinês vai prosseguir em sua marcha impetuosa, como uma fornalha abrasadora, que, embora lançando algumas fagulhas verdes, gera sobretudo um calor ameaçador.

“Mudar a cabeça das pessoas não é pouca coisa”, comenta Huang Ming, enquanto conversamos no pavilhão Sol-Lua. “Precisamos de tempo – e também de muita paciência. Mas, nessa situação, tempo é justamente o que nos falta.” No andar debaixo, instalou um museu com bustos e retratos pintados das figuras mundiais que mais o impressionaram: Voltaire, Molière, Michelangelo, Gandhi, Péricles, Sartre. Se ele – ou qualquer outro – conseguir de algum modo contribuir para que o verde vença a fuligem negra nessa épica corrida chinesa, essa pessoa merecerá um lugar de honra no panteão.

Autor: Bill McKibben
Fonte: National Geographic Brasil
Original: http://bit.ly/nRmutM


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IN SEPTEMBER, Cuadrilla Resources, the first company to drill for shale gas in Britain, estimated that 200 trillion cubic feet of gas lie in an area of Lancashire near Blackpool, in northwest England. On the basis of two well points in the area, it predicted that there were nearly 40 times the previous projections of all of Britain’s shale resources. It is likely that, even if accurate, only a small proportion of such reserves might actually be recoverable.

So far, so good. But there was a problem. In May, the company had to stop drilling because two tiny tremors were recorded in the region. These were so small—2.3 and 1.5 magnitude—that they would barely have been felt. Nonetheless, exploration was halted over concerns that the seismic activity had been caused by deep drilling and hydraulic fracturing or “fracking”, the process by which huge volumes of water are blasted through rock at high pressure in order to extract the gas. The company commissioned a report by a team of independent seismic experts.

That report, Geomechanical Study of Bowland Shale Seismicity, came out today, and found that it was “highly probable” that Cuadrilla’s activity did cause the shocks. It reckons they were caused by an “unusual combination of geology at the well site coupled with the pressure exerted by fracking”.

Mike Stephenson of the British Geological Survey says he is not surprised at the report’s conclusion that these shocks were connected to Cuadrilla’s activities—BGS’s analysis already showed that the shape of the seismic traces the two earthquakes made were similar to each other, suggesting that they had the same trigger.

One of Mr Stephenson’s colleagues, Brian Baptie, also of the British Geological Survey, notes that magnitude does not always tell us everything that needs to be known. A shallow tremor of 2.6, for example, may cause quite strong and perceptible shaking indoors and out. He also points out that coal-mining caused a lot of small tremors in the 1970s and 1980s. These were monitored, but did not cause great problems.

Nevertheless, the findings about Cuadrilla’s activity will certainly contribute to a prevailing anxiety about fracking. Poland is gung-ho about it and is happily exploring its own shale reserves. But France and two American states have temporarily halted fracking because of fears that chemicals used in the process may pollute water sources. Numerous studies have found that fracking is safe. But many groups are still anxious, and some oil and gas companies have been unhelpfully closed about exactly what chemicals they use.

The threat of seismic activity is distinct from these concerns. But it will, of course, add to concerns about exploiting shale gas. Unsurprisingly, WWF and Friends of the Earth, two environmental lobbies, have already used this report as a chance to repeat calls to leave shale gas in the ground while further studies are done of the potential risks. Both organisations also think money and effort should be put into developing renewable sources of energy, not searching for more carbon-emitting fossil fuels.

So this is certainly a set back for the shale publicity machine. Beyond that, there are real questions here for Cuadrilla. Compared to drilling for conventional natural gas, shale extraction requires digging many more wells to get at the gas. Cuadrilla has already said it wants to drill at 400 sites in Lancashire. If fracking at one well can cause two small shocks, that must raise concerns about what fracking at 400 points would do. The shale reserves in this area are also much deeper than equivalent areas in America, the company reckons, though Mr Baptie says this doesn’t neccessarily affect any likelihood of seismic activity.

Today’s report says the combination of geological factors was “extremely rare and would be unlikely to occur together again at future well sites”. The British Geological Survey’s Mr Baptie points out, though, that the geology in the area around the first well is likely to be quite similar. A 2.3 magnitude tremor can be triggered on a fault 100 metres in diameter which moves by just 1cm, he says — and that sort of geology “might be difficult to identify”.

It’s interesting to note that in the Netherlands, large, on-land gas reservoirs have been exploited since 1960. This extraction has also caused repeated small magnitude (less than 3.5), shallow shocks which caused light damage—but much concern—to the regional population. Nevertheless, that seismic activity did not stop the extraction, or any other activity, in that area.

Another example, less useful to Cuadrilla, was seen in the geothermal industry in Basel in Switzerland in 2006. A warning system was put in place to monitor seismic activity, just as Cuadrilla is likely to install. When a number of events of magnitudes greater than two were recorded, the projects stopped. Yet they weren’t halted soon enough—a larger tremor of magnitude 3.5 was recorded, after other operations had ceased.

It would be more than unfortunate to turn Britain into an earthquake zone. But these quakes really are extremely small. Does it matter if a small shudder, equivalent to a tube train running underground, runs through the earth? The question is whether a broad area of deep drilling and fracking might cause any bigger earthquakes. If fracking is allowed to go ahead in this area, Cuadrilla is sure to be asked to note not just how many tremors are felt, but how often and whether they are getting bigger. Exploration companies have been pulling oil and gas from the bowels of the earth for decades. There have certainly been catastrophic disasters—but not seismic ones.

Whether shale gas extraction is now allowed to go to the next stage of exploration in Britain will depend on the Department for Energy and Climate Change. For advocates, shale gas is the “wonder gas” of the future. But some questions remain to be answered.

Author: R. B.
Source: The Economist
Original: http://econ.st/vD6Wjl


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